Adailson Nascimento Silva foi preso por acusação de exploração sexual de adolescentes em Itaparica. O mandado de prisão preventiva foi cumprido por investigadores da 19ª Delegacia (Itaparica), na segunda-feira (2).
Ainda de acordo com a polícia, um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa de Adailson, onde os policias apreenderam um celular e uma CPU contendo material pornográfico, que já foram encaminhados para a perícia, no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Em nota, a Polícia Civil informou que Adailson está custodiado na unidade policial, à disposição da Justiça. "As investigações prosseguem para identificar outras vítimas do criminoso e se ele agia com outras pessoas". Qualquer informação que possa auxiliar na apuração pode ser encaminhada para o Disque-denúncia (3235-0000).
Medicamentos, anabolizantes, controle de apostas, seringas, esporas artificiais e 40 galos foram apreendidos na tarde de segunda-feira (2), por policiais da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental, (COPPA), Operação Apolo e da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar na Liberdade.
(Foto: Divulgação/SSP)
Das 28 pessoas conduzidas para a Central de Flagrantes, 14 foram autuadas pela prática de abuso e maus tratos contra animais. Os espectadores do evento criminoso foram ouvidos e liberados.
“Recebemos informações de populares que estava acontecendo uma 'rinha' de galo naquela localidade. Não sabemos se é algo frequente naquela, mas conseguimos conduzir 28 pessoas”, explicou o comandante da Coppa, major Amílton Souza.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mulher do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pegou carona em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para passar férias em Paris, na França.
O voo da carona foi agendado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) para o deslocamento do ministro a um encontro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) na capital francesa, de 20 a 25 de maio deste ano.
Mulher do chanceler, Maria Eduarda de Seixas Corrêa também é diplomata e trabalha como chefe da Divisão de Treinamento e Aperfeiçoamento, um setor administrativo responsável pelo aprimoramento de funcionários no Itamaraty.
Ela, que foi e voltou com a aeronave oficial, ficou em Paris como turista, sem pagar passagem e compartilhando o quarto com o marido. A hospedagem foi custeada pelo governo, uma vez que Ernesto estava em missão oficial.
Os voos da FAB são requisitados por autoridades com o propósito de cumprir agendas de trabalho. Poucos dias antes de assumir o Palácio do Planalto, o então presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), distribuiu uma cartilha com normas e procedimentos éticos que seus subordinados deveriam seguir.
No capítulo reservado aos voos oficiais, a cartilha estabelece que somente o ministro e a equipe que o acompanha no compromisso podem utilizar as aeronaves.
As justificativas para a solicitação dos voos precisam ser, ainda de acordo com a cartilha, por motivos de segurança e emergência médica ou por viagem a serviço
O número de vagas de estágio e aprendizagem cresceu 6,1% nos sete primeiros meses de 2019 em relação a igual período do ano anterior. Os dados, divulgados hoje (29), são Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), entidade filantrópica sem fins lucrativos.
Segundo o levantamento, a região Centro-Oeste foi onde houve maior aumento do número de vagas no período: 7,1%, seguido pela região Nordeste (6,6%), e a região Norte (4,5%). Entre os estados, São Paulo foi o que abriu mais vagas, com elevação de 5,6%.
A pesquisa apontou ainda que entre as áreas mais buscadas para estágio continuam sendo as ligadas a graduações tradicionais: direito, pedagogia e administração. Também aparecem com destaque ciências contábeis e engenharia civil.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC), anunciou hoje (2) o corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que estavam previstas para os quatro meses restantes do ano. Foram preservadas as bolsas para a formação dos professores da educação básica.
De acordo com o presidente da instituição, Anderson Ribeiro Correia, a medida representa uma economia de R$ 37,8 milhões neste ano. A previsão é que, nos próximos quatro anos, R$ 544 milhões deixem de ser investidos em bolsas.
“Devido ao contingenciamento para o orçamento da coordenação será necessário congelar 1,94% do total para este ano, preservando parcela principal dos benefícios”, contabilizou Correia. “O critério utilizado para esse bloqueio é para bolsas não utilizadas, com objetivo de preservar todos os bolsistas em vigor”, detalhou.
Este ano foram contingenciados R$ 819 milhões previstos na Lei do Orçamento Anual – 19,15% do total de R$ 4,2 bilhões. O projeto de lei orçamentária para 2020 prevê que a Capes, no próximo ano, conte com R$ 2,2 bilhões, quase a metade da previsão de 2019 (51,7%) ou 64,1% do valor real (pós-contingenciamento).
“A gente está trabalhando com a possibilidade de descontingenciamento e a visão para 2020, o que pode melhorar a situação dos bolsistas no país”, disse o presidente da Capes sem adiantar nenhuma medida ou valor revisto para recomposição dos orçamentos.
“Nós sabemos das dificuldades financeiras orçamentárias que todos nós estamos vivendo. O ano de 2019 não tem sido um ano fácil para o Ministério da Educação e também o ano de 2020 não será um ano fácil”, previu o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel. “Essa é uma situação da nossa economia, das nossas contas públicas. O Ministério da Educação está inserido neste contexto maior”, destacou.
Metas garantidas
Apesar dos cortes, Anderson Correia garante que serão cumpridas as metas de formação de mestres e doutores para 2024, previstas no Plano Nacional de Educação e estabelecidas pela Lei nº 13.005/2014. A meta de formação de 60 mil mestres ao ano já foi superada e a meta de 25 mil doutores se aproxima. Segundo a Capes, atualmente 65 mil mestres e 23 mil doutores são formados por ano no Brasil.
Na quarta-feira passada, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) entregaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abaixo-assinado contra os cortes no CNPq. O Orçamento da União de 2020, com a destinação de valores para o conselho e para Capes, deverá ser votado até o final do ano pelo Congresso Nacional.
De acordo com o estudo Percepção Pública sobre Ciência e Tecnologia no Brasil, feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), 90% dos brasileiros avaliam que o governo federal deve aumentar ou manter os investimentos em pesquisa científica e tecnológica nos próximos anos, apesar das dificuldades econômicas.
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (3) que deve vetar quase 20 pontos do Projeto de Lei de sobre abuso de autoridade, aprovado na Câmara dos Deputados no dia 14 de agosto. “Deve chegar a quase 20 vetos, mas tem artigo que tem que ser mantido porque é bom. Não serão só nove”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira.
Ontem (2), o presidente afirmou que vetaria, pelo menos, nove dos dez pontos sugeridos pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O décimo ainda estava em discussão.
Bolsonaro tem até a próxima quinta-feira (5) para anunciar a decisão, dia em que termina o prazo de 15 dias úteis para o veto ou sanção. Em caso de veto, o texto volta para análise do Congresso Nacional, que pode manter ou derrubar os vetos presidenciais.
O projeto engloba atos cometidos por servidores públicos e membros dos três Poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas. De acordo com o texto, poderá ser considerado abuso de autoridade obter provas por meios ilícitos; executar mandado de busca e apreensão em imóvel, mobilizando veículos, pessoal ou armamento de forma ostensiva, para expor o investigado a vexame; impedir encontro reservado entre um preso e seu advogado; e decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem intimação prévia de comparecimento ao juízo.
No total, a proposta apresenta 37 ações que poderão ser consideradas abuso de autoridade, quando praticadas com a finalidade específica de prejudicar alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro. Entre eles, está o dispositivo que tipifica como abuso de autoridade o uso de algemas em preso quando não houver resistência à prisão ou ameaça de fuga. O presidente Jair Bolsonaro já afirmou que esse trecho sobre a restrição ao uso de algemas será vetado.
O texto também prevê a criação do crime de caixa 2, de compra de votos e o aumento de pena para o crime de corrupção, tornando a prática hedionda em alguns casos. Atualmente considerada crime eleitoral e não penal, com penalidade inferior à aplicada a outros crimes e passível de prescrição no prazo de um mandato, a prática de caixa 2 em campanha eleitoral poderá ser tipificada como crime.
Amazônia
O presidente Bolsonaro falou também que a reunião de líderes sul-americanos prevista para acontecer em Leticia, na Colômbia, na sexta-feira (6), foi remodelada e deve ser feita por videoconferência. Na ocasião, os mandatários devem discutir uma política única de preservação da Amazônia e de exploração sustentável da região. “Temos lá riquezas incalculáveis, se soubermos bem explorar essa riqueza de forma racional e agregando valor, é um termendo impulso a nossa economia”, disse o presidente.
Uma comitiva ministerial também está reunindo os governadores da Amazônia Legal para colher dados e propostas para um plano de desenvolvimento sustentável da região. O primeiro encontro aconteceu ontem, em Belém (PA), e o segundo será hoje, em Manaus (AM).
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje (3) que vai propor ao presidente Jair Bolsonaro a prorrogação da presença das Forças Armadas na Amazônia por, pelo menos, mais um mês, até outubro. No dia 23 de agosto, Bolsonaro autorizou uma operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO), que ganhou o nome de GLO Ambiental, para que os militares atuem no combate aos incêndios na floresta amazônica. O prazo da ação se encerra em 24 de setembro.
“Fizemos o primeiro enfrentamento pontual nas áreas onde tivemos incêndios, mas é muito importante que se combata as causas, que estão ligadas à questão do desmatamento ilegal, do garimpo ilegal”, disse Onyx, após reunião com os governadores dos estados da Amazônia ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima), em Manaus.
De acordo com Onyx, as equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atuam na fiscalização, também precisam do suporte das Forças Armadas na preservação da floresta.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que Ibama e ICMBio também precisam de suporte - Antonio Cruz/ Agência Brasil
Onyx lidera uma comitiva presidencial à Amazônia para discutir o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais e colher propostas para um plano de desenvolvimento sustentável da região. Ontem (2), em Belém, o grupo se reuniu com os governadores dos estados da parte oriental - Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. As reuniões deram seguimento ao encontro dos governadores com o presidente Bolsonaro, na semana passada, em Brasília .
Segundo o ministro da Casa Civil, nesta terça-feira, os governadores citaram, novamente, a regularização fundiária, o zoneamento econômico-ecológico (ZEE) e o desenvolvimento da economia verde como essenciais para um bom planejamento de políticas para a região. Eles pedem também que haja o monitoramento permanente dos focos de incêndios. De acordo com Onyx, em cerca de dez dias, o governo federal deve consolidar as propostas e apresentar um plano estruturado e estruturante para a amazônia brasileira.
“Um plano que consiga fazer com que a produção e a preservação possam andar de mão dadas, fazendo com que a gente preserve esse grande patrimônio que o Brasil tem, mas, por outro lado, que os 23 milhões de mulheres e homens da Amazônia tenham boas condições de vida, capacidade de se desenvolver produtivamente”, disse Onyx.
Manifestantes em Hong Kong continuam com seus pedidos por greve e que os alunos boicotem as aulas para mostrar resistência ao governo.
Centenas de estudantes faltaram às aulas nessa segunda-feira (2) para participar de protestos em várias partes do território. Muitos trabalhadores saíram às ruas para se unir aos manifestantes. Organizadores de um protesto em um parque central de Hong Kong disseram que cerca de 40 mil pessoas compareceram.
Conflitos ocorreram tarde da noite na península de Kowloon, quando a polícia fez uso de gás lacrimogêneo para desocupar as ruas tomadas por jovens.
A polícia de Hong Kong criticou os manifestantes, dizendo que alguns deles estão se tornando violentos e representam ameaça aos cidadãos. A polícia informou que já prendeu 1.117 pessoas desde junho, quando estourou o primeiro conflito.
A agência de notícias Reuters divulgou uma gravação com declarações da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, feitas durante reunião a portas fechadas. Em inglês, ela afirmou que se tiver escolha "o primeiro passo é desistir do cargo, com um profundo pedido de desculpas".
Carrie Lam acrescentou que tem uma capacidade "muito limitada" de resolver a crise, já que o chefe do Executivo do território serve tanto ao governo chinês quanto ao povo de Hong Kong.
A Caixa Econômica Federal pretende vender a participação que tem no banco Panamericano e abrir o capital de algumas subsidiárias. Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, entre os negócios que o banco pretende abrir à iniciativa privada estão os braços de seguros e cartões. As intenções foram apresentadas durante a divulgação do balanço da instituição, realizada hoje (3).
A oferta de ações da seguradora deve, de acordo com Guimarães, ser a primeira operação. Ele explicou que, como a empresa de cartões faz parte da Caixa Participações, holding do banco, o processo é mais complexo.
Sobre o Panamericano, adquirido pela Caixa em 2009, Guimarães disse que a instituição não se encaixa na estratégia do banco, por isso, em algum momento deve ser vendido. “Não existe nenhuma pressa para vender a participação no Panamericano. Só que a participação no Panamericano não é estratégica. Já conversei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes. Nós vamos vender tudo o que não é estratégico, seja de uma maneira integral, seja parcial”, ressaltou.
Ressalvas
As negociações para abrir o capital das subsidiárias serão facilitadas, segundo o presidente da Caixa, com a retirada da ressalva que havia no balanço do banco devido às acusações do envolvimento de dirigentes e ex-administradores em ações ilegais. Desde 2017, a auditoria responsável por avaliar a confiabilidade dos números apresentava a possibilidade de riscos de perdas pelo envolvimento nas fraudes.
Os riscos surgiram após a deflagração das operações A Origem, Cui Bono?, Sepsis e Patmos, conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Segundo as investigações, agentes políticos teriam recebido propinas para fraudar a liberação de empréstimos para empresas. As notícias do esquema, conforme o próprio balanço, começaram a ser divulgadas em 2015, e levaram a Caixa a contratar uma investigação independente para apurar as denúncias, em 2017.
Porém, segundo Guimarães, os riscos de problemas foram afastados pela auditoria nesse balanço, recuperando a credibilidade do banco. “É muito importante para quando nós façamos uma abertura de capital em uma das novas subsidiárias, com ressalva, muitos investidores estrangeiros poderiam não aderir”, disse Guimarães.
Lucro
A Caixa apresentou alta no lucro líquido do primeiro semestre, de 22,2% em comparação com o mesmo período de 2018. Segundo o balanço do banco, de janeiro a junho, o lucro chegou a R$ 8,1 bilhões. No segundo trimestre, o lucro líquido teve alta de 21,6%, registrando R$ 4,1 bilhões.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, destacou como grande avanço a retirada da ressalva do balanço do banco pela auditoria responsável por avaliar a confiabilidade dos números. Desde 2017, os balanços do banco apresentavam a possibilidade de riscos de perdas devido as suspeitas de envolvimento de administradores e ex-administradores em ações ilegais.
Crédito
A carteira de crédito da Caixa, no entanto, foi reduzida ao longo dos últimos 12 meses. Em junho deste ano, o banco tinha um saldo de R$ 682,4 bilhões em empréstimos, 1,9% menor do que o verificado em junho de 2018. De acordo com o balanço, a retração foi puxada por uma diminuição de 7,9% no crédito comercial para pessoa física e 30,7% no concedido para empresas. Por outro lado, houve aumento de 3,6% no crédito habitacional e 1,2% para infraestrutura.
No crédito imobiliário, a Caixa detém 69% do mercado, com uma carteira de R$ 452,3 bilhões, sendo que, desses, R$ 176,1 bilhões são com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida, foram contratados R$ 17 bilhões.
A taxa de inadimplência teve queda de 0,04 ponto percentual em comparação com o mesmo período de 2018, ficando em 2,46%.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (3) que pretende colocar em votação no plenário nesta semana projetos da área ambiental que possam ter consenso entre os parlamentares, como o que institui a política nacional de pagamento por serviços ambientais e o que pune o desmatamento ilegal na Amazônia. “Vamos votar nesta semana projetos que sinalizam de forma clara a proteção das nossas florestas, do nosso meio ambiente”, afirmou.
Segundo Maia, projetos mais polêmicos, como o que muda as regras do licenciamento ambiental, terão que ser debatidos com mais calma na Casa. “Temos que pegar esses projetos mais polêmicos, mais importantes, [como] a questão do licenciamento ambiental [que] é muito importante. Agora, qual o texto que gera convergência? Certamente, haverá um texto que vai gerar convergência na Câmara entre ambientalistas e o agronegócio.”
Maia deu as declarações após se reunir com líderes partidários, deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária e representantes do agronegócio na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A pauta era discutir projetos prioritários do setor como o PL 3.729/2004, sobre licenciamento ambiental, e o PL 6.299/2002, sobre pesticidas.
A convite de Maia, deputados da oposição também participaram do encontro. A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ), afirmou que é necessário ter cautela e muito debate para colocar em votação projetos polêmicos no momento em que há elevado número de queimadas na Amazônia. “Nossa posição é que nos projetos que punem danos ambientais, que fazem o pagamento de serviços ambientais e que avançam na proteção ao meio ambiente, podemos construir consensos. Não vemos incompatibilidade entre produzir e preservar o meio ambiente. Aliás, essa é uma necessidade do Brasil”, disse Jandira.
Para o coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira (MDB-RS), buscar consenso entre os deputados sobre os projetos de interesse do agronegócio não significa que haverá unanimidade em torno das matérias. "Consenso não é unanimidade. Não teremos unanimidade sobre terra de fronteira, sobre a questão ambiental, sobre a questão dos inseticidas. Tem é que buscar consenso e trabalhar convergências e, principalmente, basear nossa discussão, sempre que possível, por um texto que seja científico”, disse Moreira.
Amanhã (4), o plenário da Câmara vai se reunir em comissão geral para discutir o problema das queimadas na Amazônia.
O comediante Gustavo Mendes, famoso pelas imitações da ex-presidente Dilma Rousseff, se defendeu nas redes sociais neste sábado após discutir com pessoas que se sentiram incomodadas e deixaram seu show na noite desta sexta-feira (30), em Teófilo Otoni, Minas Gerais, por piadas sobre o presidente Jair Bolsonaro.
Um vídeo compartilhado no Twitter mostra o público reagindo a falas do humorista sobre o presidente. Mendes rebateu as críticas dizendo aos incomodados que poderiam se retirar do show. “Eu devolvo seu dinheiro”, respondeu. Parte do público deixou a apresentação.
Humorista Gustavo Mendes tentou lacrar em cima do presidente Jair Bolsonaro. Com isso, varias pessoas se retiram do show exigindo a devolução do dinheiro. Isso aconteceu em Teófilo Otoni-MG. Quem lacra, não lucra!
Com a enorme crise ambiental aberta por misteriosas queimadas na Amazônia, Jair Bolsonaro (PSL) recebeu críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, e apoio de Donald Trump. No Brasil, sua tropa de choque se resumiu aos filhos e ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Partido Novo). As queimadas ocorreram em governos anteriores também, mas é inegável que falas do presidente autorizaram, informalmente, a aceleração da destruição. A dupla Bolsonaro-Salles conseguiu algo raro: tornar o tema do meio ambiente o mais discutido dos últimos tempos.
Ninguém é responsável por Bolsonaro. Ele foi eleito e cumpre seu mandato. O presidente é responsável por seus ministros. Escolheu-os com base em critérios de lealdade e competência presumidas, bem como o grau de afinidade ideológica. Um ministro pode ser leal ao presidente e também ao partido do presidente ou a um partido político da coalizão. Pode, por exemplo, ser muito afinado ideologicamente com o presidente e não o conhecer o suficiente para estabelecer uma clara relação de “lealdade”, como é o caso de Ricardo Salles.
É interessante que Bolsonaro e o Partido Novo são ambos fenômenos “anti-sistema” que precisam sinalizar, de alguma maneira, um mínimo de normalidade. O presidente faz isso ao respeitar decisões do Congresso e do Judiciário, ainda que sua retórica seja, às vezes, insana. E o Partido Novo também mostra vontade de continuar na política “normal” ao participar do governo através de um ministério.
O problema é que o radicalismo do governo extrapolou a retórica na questão ambiental. Bolsonaro e Salles são piromaníacos da boca para fora – e isso é suficiente para que seus desejos nada discretos sejam realizados por outros. Contra Bolsonaro não há o que fazer, exceto esperar que a pressão internacional sossegue seu facho. Salles é um caso diferente. Ministros não respondem apenas a seu chefe imediato, o presidente. Prestam contas também aos partidos políticos a que pertencem.
Aí se revela a covardia de João Amoêdo, o cacique do Novo. O partido editou em 31 de maio uma resolução que trata do afastamento de filiados que ocupam cargos ministeriais sem indicação do partido. Mas não há efeito retroativo. Era uma maneira que se presumia engenhosa para o partido não arcar com o custo de iniciar um processo de expulsão do ministro Salles, que parece estar muito mais à direita do que o partido esperava.
Tudo parece mais esquisito se lembrarmos que Salles foi candidato a deputado federal pelo Novo no ano passado em São Paulo. O jovem partido se gaba de ser mais honesto do que outros porque exige que seus candidatos passem por um intrincado processo seletivo. Fica bem pior dizer que o ministro não é quem eles pensavam.
Agora um peixe médio – Chicão Bulhões, deputado estadual no Rio de Janeiro – e dois peixes pequenos do Novo (um ex-candidato ao governo do Rio, Marcelo Trindade, e ex-candidato a deputado federal, Ricardo Rangel) pedem a suspensão imediata de Salles. Citam “postura inadequada” e desdém a dados científicos como motivos. Também afirmam que o ministro não tem cumprido o que a organização propõe na área ambiental. Mas uma consulta ao site do Novo mostra que o partido não pensa nada sobre o assunto. O tópico “Meio Ambiente” não consta de nenhuma página do site.
O caso de Ricardo Salles mostra que o Partido Novo tentou se safar, com uma resolução inócua, de uma decisão difícil sobre um ministro que comanda uma política pública que o próprio partido enxerga como irrelevante.